Psiquiatria
Medicina do sono e
Estimulação Magnética Transcraniana

ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA

Tratamento inovador para depressão, com resultados tão bons quanto os medicamentos, de forma indolor, sem efeitos colaterais ou contra indicações

distúrbios

Veja abaixo quais são os principais distúrbios tratados

sobre nós

dr. josé mól

CRM/MG: 10304 | RQE: 1850 | RQE: 29285
  • Médico formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (1977).
  • Residência em Psiquiatria pelo Hospital do IPSEMG em BH (1978 A 1980).
  • Mestrado em Educação Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de Havana – Cuba (2004).
  • Sócio fundador da Associação Brasileira de Neuropsiquiatria.
  • Atua com ênfase nas áreas de PSIQUIATRIA e MEDICINA do SONO e faz palestras sobre o assunto, em congressos nacionais e internacionais e em instituições públicas e privadas.

dra. mariana mól

CRM/MG: 69840 | RQE: 52778
  • Médica formada pela Faculdade de Medicina do Vale do Aço – Univaço (2016)
  • Residência em Psiquiatria pelo Hospital Público Regional de Betim – SUS (2018 a 2021)
  • Atua com ênfase nas áreas de PSIQUIATRIA e MEDICINA do SONO.

ESTIMULAÇÃO MAGNÉTICA TRANSCRANIANA

A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva (EMTr), é uma técnica neurofisiológica, aprovada pelo Conselho Federal de Medicina, utilizada para o tratamento da depressão e alucinações auditivas. Pesquisas estão sendo feitas e os resultados são promissores no tratamento para dependentes de cocaína, assim como o autismo, o transtorno obsessivo-compulsivo, o transtorno do pânico e a doença de Parkinson. Pesquisas também estão sendo feitas com a Doença de Alzheimer e quadros de dores crônicas.

A EMTr é aplicada colocando uma espiral metálica envolta em plástico (bobina) sobre a cabeça para emissão de pulsos magnéticos que atuam sobre o cérebro de maneira focalizada. Dependendo da freqüência utilizada, os estímulos podem aumentar ou diminuir a atividade da área cerebral atingida e, assim, pode-se aplicar terapeuticamente modulando (equilibrando) o funcionamento neuronal de acordo com o problema apresentado.

Há 10 anos, vem sendo usada no campo da psiquiatria, principalmente no tratamento dos quadros de depressão. Em virtude da facilidade do tratamento e dos resultados obtidos na depressão-equivalentes aos das demais modalidades, mas com a vantagem de não apresentar efeitos colaterais, observou-se nos últimos anos a multiplicação de centros médicos e de pesquisa em estimulação magnética cerebral nos mais respeitados centros universitários ao redor do mundo. A EMTr esta aprovada para uso clínico em diversos países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, Israel e inclusive no Brasil.

É uma técnica segura e não provoca efeitos colaterais significativos desde que sejam seguidas as normas internacionais de segurança. Apenas 3% dos pacientes referem dor de cabeça (nas primeiras aplicações). Há relato de casos de convulsões provocadas pelo tratamento, mas apenas quando as normas de segurança não são seguidas ou quando o paciente tem um limiar convulsígeno muito baixo. A EMTr é um método praticamente inócuo que pode ser utilizado com segurança em situações clínicas específicas nas quais o uso de antidepressivo pode acarretar conseqüências indesejáveis e arriscadas ou mesmo ser contra-indicado, como, por exemplo, durante a gravidez ou no pós-parto. Considerando esta questão um recente estudo publicado por Nahas e cols. descreveu o primeiro relato da aplicação da EMTr em paciente gestante demonstrando sua eficácia, tolerabilidade e segurança, merecendo posteriores replicações para consolidar o uso da técnica nesse tipo de paciente.

O paciente senta-se numa poltrona reclinável e recebe os estímulos durante aproximadamente 20 minutos, permanecendo acordado e sem necessidade de uso de medicações. Há um ruído (estalido do tipo “click”) associado com a passagem da corrente através da bobina, mas o efeito do campo magnético e da indução da corrente no cérebro não é doloroso. Terminada a sessão, o paciente pode ir tranquilamente para casa ou para o trabalho, dirigindo seu carro. O tempo de tratamento varia de acordo com a patologia (quadro clínico). Para quadros depressivos fazem-se pelo menos 5 sessões semanais, numa média de 20 sessões. Para zumbidos e alucinações auditivas, costumam ser necessárias 10 sessões. A experiência tem mostrado que a EMTr é superior aos medicamentos antidepressivos no tratamento de quadros depressivos graves e inferior ao ECT (eletroconvulsoterapia), mas sem os inconvenientes desta (déficit de memória, anestesia geral, preconceito, etc).

Distúrbio do sono

Tipos de distúrbio do sono:

É uma doença rara (1 caso da doença em cada 2000 pessoas), mas que deve ser conhecida devido  aos sérios problemas que pode ocasionar. A importância de seu reconhecimento, além de permitir o tratamento adequado, possibilita ao paciente e aos seus familiares saberem que os sintomas fazem parte de uma doença e que esta não está sob o controle do paciente.

Temos um temporizador no nosso cérebro, que controla o nosso relógio biológico. Temos a hora de sentir sono, de sentir fome. A ciência através da cronobiologia, está descobrindo a cada dia como esse conhecimento pode ser aplicado,nos indicando a hora ideal para aplicar determinado tratamento, de se tomar determinado remédio, de fazer exercícios físicos mais pesados etc.

Na narcolepsia existe um “defeito” neste temporizador e o que acontece é que a pessoa entra em sono profundo de repente, quando está acordada, ou antes de começar a dormir, já começa a sonhar e a ver os seus sonhos, ver pessoas que já morreram ou cenas de seu passado, como se estivesse acontecendo na realidade; ou pode acordar de um sono e o seu cérebro estar desperto mas o seu corpo ainda continuar dormindo  e a pessoa não conseguir se mover durante algum tempo. O diagnóstico pode prevenir acidentes e o conhecimento dos sintomas da doença pode aliviar o sofrimento do paciente.

Foi descrita por GELINEAU em 1881, mas apenas em 1999 suas causas começaram a ser conhecidas.

As quatro principais manifestações (tétrade) da NARCOLEPSIA são:

1)     Crises de sono durante o dia

2)     Cataplexia

3)     Paralisia do sono

4)     Alucinações hipnagógicas.

Crises de sono durante o dia, costuma ser o primeiro sintoma e ocorre em 100% dos narcolépticos. A pessoa ou tem crises irresistíveis de sono, ou sente sono o dia inteiro, que se  acentua quando em situações monótonas, chegando a dormir no trabalho, ao dirigir, podendo levar a acidentes. Costuma prejudicar seriamente o desempenho no trabalho e na escola e ainda ser objeto da incompreensão dos familiares e colegas. Cochilos curtos de 10 a 20 minutos deixam os pacientes bem recuperados. Costumam acordar bem dispostos, mas depois de algumas horas, a sonolência volta e vai aumentando progressivamente até ficar incontrolável.  O meio da manhã e o meio da tarde são  momentos em que a sonolência atinge o ponto máximo. A doença inicia com maior freqüência entre os 18 e os 30 anos.

Cataplexia é o único sintoma específico para a narcolepsia.É a perda súbita e reversível do tônus (força)  muscular  na pessoa acordada. Pode ser generalizada levando a pessoa a ter uma queda ou a se sentir fraca e necessitar sentar-se; ou ser parcial atingindo algum grupo muscular (na face, no pescoço ou nos membros). A pessoa está normal e de repente a sua mandíbula cai e ela fica com a boca aberta sem conseguir fechar, ou se a atonia atingir só o pescoço, sua cabeça pode cair sobre o prato, se estiver comendo, ou cair algum objeto que estava segurando, se a atonia atingir os membros superiores.

As crises variam de intensidade e de extensão, desde leve sensação de fraqueza súbita generalizada até o comprometimento de toda a musculatura voluntária, caindo-se imóvel ao solo. Estas quedas podem levar a fraturas e ferimentos.  As crises vem em qualquer situação e a qualquer momento, mas com freqüência são desencadeadas por fatores emocionais (alegria,tristeza,susto) ou na prática de esportes.  Uma crise cataplética, dura geralmente poucos segundos, mas pode chegar a 30 minutos. É o segundo sintoma mais comum da Narcolepsia e costuma surgir em média 4 anos após o aparecimento da sonolência excessiva. Como é uma doença pouco conhecida dos médicos, este sintoma pode levar erroneamente ao diagnóstico de epilepsia.

Paralisia do sono ocorre em 10% dos narcolépticos. Pode uma vez ou outra, acometer uma pessoa normal.  É descrita pelos pacientes como uma sensação horrível de imobilidade  completa, que dura de  1 a 2 minutos e ocorre logo que ele começa a dormir ou quando está despertando.  Apesar de estar completamente consciente, a pessoa não consegue se mover, falar ou abrir os olhos. A sensação é de estar morto ou morrendo.

Alucinações hipnagógicas  ocorrem quando a pessoa inicia o sono. Ela ainda não se desligou completamente da realidade e já está sonhando e passa a ver  uma série de imagens (animais, coisas ou pessoas) ou a ouvir vozes chamando ou mesmo músicas.

A NARCOLEPSIA  é ainda incurável, mas existem medicamentos que podem ajudar no controle da doença, diminuindo a incidência e abrandando as crises.  Pesquisas feitas em cães (que também tem a doença), tem mostrado que o fator hereditário é o mais importante na causa da doença.Enquanto não são feitos o diagnóstico e o tratamento, o narcoléptico costuma ser taxado de preguiçoso, desmotivado, epiléptico, ou mesmo um atrasado no desenvolvimento psicológico, o que tende a trazer repercussões importantes na personalidade e na auto estima da pessoa.

CAUSAS DA NARCOLEPSIA GENÉTICA

Este distúrbio é muito associado a um alelo do complexo maior de histocompatibilidade denominado HLADQB1*0602/DQA1*0102, o qual pode ser utilizado também como uma ferramenta de diagnóstico, embora a presença desse alelo não seja conclusiva, mas simplesmente um instrumento de apoio ao diagnóstico. Há possibilidade do desenvolvimento de narcolepsia em familiares negativos para tal antígeno. A transmissão genética da narcolepsia em humanos não obedece as regras mendelianas, trata-se de uma herança complexa, multifatorial na qual fatores ambientais tem papel importante já que existem gêmeos monozigóticos discordantes para a narcolepsia. Embora a maioria dos casos seja esporádica e não familiar, o risco de um parente de 1° grau de um paciente narcoléptico ter o mesmo distúrbio é 40 vezes maior que na população em geral.

MONOAMINAS

Alguns estudos mostraram que drogas que aumentam as monoaminas na fenda sináptica melhoram a patologia. Assim, agentes que bloqueiam a recaptação, potencializam a liberação de monoaminas ou inibem a monoaminoxidase, têm efeitos terapêuticos.

HIPOCRETINA

Os estudos mais recentes a respeito da narcolepsia envolvem uma substância denominada hipocretina. Os novos avanços começaram com a descoberta em 1999 da causa da narcolepsia canina. Usando mapeamento genético, um grupo de cientistas da Universidade de Stanford, na Califórnia, descobriu que a doença nesses animais é devida a um defeito na hipocretina.
Quando um defeito semelhante foi induzido no cérebro de camundongos normais através de mutações no DNA, os resultados foram sintomas semelhantes aos da narcolepsia humana, levantando a suspeita de que também a doença no homem poderia ser relacionada a versões defeituosas da hipocretina.
No homem, no entanto, apenas em poucos casos de narcolepsia foram encontradas falhas na hipocretina – porque na maioria das vezes, a hipocretina simplesmente não era detectada. No cérebro dos pacientes, quase todos os 15.000 neurônios que deveriam estar produzindo hipocretina haviam desaparecido. E talvez tenham sido destruídos pelo próprio corpo: existe uma suspeita de que a narcolepsia seja uma doença auto-imune, em que o sistema imunológico do indivíduo começa a atacar certos órgãos do próprio corpo, além de invasores como vírus e bactérias.

Como a falta de hipocretina causaria a narcolepsia?

A hipocretina normalmente ativa neurônios que impedem a entrada no sono REM, o período do sono em que acontecem os sonhos, quando o tônus muscular diminui e os movimentos são bloqueados. Na falta de hipocretina, supõe-se que esses neurônios, agora desimpedidos, promovam o sono REM mais facilmente, de modo que a pessoa ficaria constantemente à beira do sono. O resultado seria sonolência profunda durante o dia, o mais comum sintoma da narcolepsia.
Ainda não há uma boa explicação para o fato de o ataque de narcolepsia ser desencadeado por emoções, mas ela provavelmente envolve o hipotálamo (centro das emoções), aonde a hipocretina é produzida.

DIAGNÓSTICO DA NARCOLEPSIA

Na POLISSONOGRAFIA  demonstra-se a curta latência ao sono REM, que sendo normalmente  de 90 minutos, será na narcolepsia de menos de 20 minutos.

Teste das latências múltiplas do sono: permite avaliar o nível de sonolência e a latência do sono REM  em vários períodos durante o dia.

Um exame de sangue permite identificar as pessoas com predisposição genética para a narcolepsia. Antígenos HLA DR2 e DQ1 estão presentes em 98% das pessoas que sofrem da doença.

TRATAMENTO DA NARCOLEPSIA

É preciso se ter em mente que a narcolepsia é uma enfermidade  crônica, com crônicos efeitos maléficos sobre o funcionamento ocupacional, emocional, social e físico do paciente.O principal aspecto do tratamento é ajudar o paciente a não dormir enquanto dirige ou trabalha em ambientes perigosos.

Pode-se dividir o tratamento dos narcolépticos em 3 modalidades:

1) Comportamental

–  Otimizar a higiene do sono para maximizar a qualidade e quantidade de sono noturno

–  Cochilos curtos em horários determinados

–  Esclarecimento sobre a doença e o tratamento para paciente, familiares,professores e empregadores

2) Farmacológico

A sonolência diurna é melhor tratada com  o Metilfenidato.

A cataplexia, paralisia do sono e as alucinações normalmente melhoram com uso de drogas que diminuem o sono REM (Antidepressivos)

3) Psicoterápico

É importante dar ao paciente, a oportunidade de  falar a respeito dos efeitos da doença, sobre a sua vida.

Insônia: A briga entre o dia e a noite

O sono interrompido pode ter conseqüências bem mais graves do que se imagina. Aos poucos, ele acaba com a sua qualidade de vida Gabriela Scheinberg Para muitas pessoas, a hora de dormir é o momento mais aguardado do dia. É a hora do necessário descanso, após o cotidiano corrido dos que vivem nas grandes cidades. Mas, para quase 63 milhões de brasileiros, o anoitecer é um dos momentos mais difíc eis do dia. Eles sabem o que os aguarda: uma outra noite se revirando na cama. E contar carneirinhos já não ajuda mais. A insônia é mais comum do que se imagina. Quatro em cada dez pessoas não dormem bem. Ou conseguem dormir, mas acordam no meio da noite, e amargam, insones, cada minuto, até o despertador tocar. Os que já passaram por isso sabem o pesadelo que é o dia se guinte, após uma noite maldormida. O insone se sente mal humorado, irritado e desmotivado. Esse quadro pode ser passageiro. Pode ser que, na noite seguinte, o sono seja melhor e se recupere o atraso dos dias anteriores. Ou não: a insônia de uma noite pode se repetir na próxima, e assim por diante. Estudos internacionais mostram que ficar 24 horas sem dormir afeta o desempenho mental. Outras pesquisas revelam ainda que a falta de sono prejudica a memória. Todos esses efeitos são somados à inevitável sonolência posterior a uma noite maldormida. O distúrbio afeta o trabalho, deixando o insone mais preocupado e estressado. O resultado é um ciclo vicioso de insônia e stress, que, para ser quebrado, exige muita força de vontade e, em algumas vezes, a ajuda de especialistas. O cérebro recebe estímulos durante o dia, mas não os elimina à noite. As preocupações diárias continuam na mente, mesmo na hora de dormir. O stress e a preocupação são os maiores inimigos. “A sobrecarga no trabalho ou na escola afeta o sono”, explica Ademir Baptista Silva, neurologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). Mas essa não é uma regra válida para todos. A reação ao stress depende muito da pessoa. Certos traços de personalidade predispõem à insônia. É o caso da insegurança. “A pessoa fica acordada à noite, antecipando os desafios do dia seguinte e imaginando se será capaz de superá-los”, diz Silva. Outro traço que facilita a insônia é o ficar remoendo os últimos acontecimentos, sem discuti-los com os outros e exteriorizá-los . Certas profissões também são caracterizadas por uma prevalência de insones. É o caso de médicos, jornalistas e corretores de bolsas de valores. São profissionais do stress, com demandas diárias que podem afetar o sono. Como resultado das noites maldormidas, a pessoa começa a se irritar no trabalho, perdendo a paciência facilmente e sentindo uma dificuldade maior em completar suas tarefas. Isso a deixa cada vez mais preocupada e estressada, o que acaba sendo descontad o no sono. Se esse quadro parece familiar, então você tem um distúrbio do sono. O que assusta é que pouquíssimas pessoas sabem que esse é um problema tratável. Segundo Silva, apenas 3% das pessoas que têm insônia identificaram o problema. Para muitos, não dormir bem faz parte da vida corrida de uma metrópole. É o preço que se paga por trabalhar demais. “Uma pessoa pode passar toda a sua vida sem nunca quebrar esse ciclo”, diz Flávio Alóe, do Centro de Sono do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

Uma pesquisa feita pelo Prof. RUBENS REIMÃO há alguns anos em São Paulo, mostrou que entre 30 e 40% das crianças entre os 5 e os 10 anos de idade, apresentam pesadelos ocasionais. Freqüência de mais de uma vez por semana, ficou em torno de 5% destas crianças. Na adolescência e na idade adulta, pesadelos ocasionais podem surgir em praticamente todas as pessoas. Pesadelos freqüentes acontecem em 11% dos adolescentes do sexo feminino e 5% do masculino. Nos adultos submetidos a stress, o distúrbio acontece esporadicamente em 80% deles. Pesadelos freqüentes são observados em 10% dos adultos e quando ocorrem, tendem a persistir por longo tempo, em média por 12 anos.

QUADRO CLÍNICO

Os pesadelos são descritos como lembranças de sonhos desagradáveis, seguidos de despertar. É geralmente acompanhado de ansiedade, coração disparado, sudorese, melhorando imediatamente após o despertar. Não é comum a pessoa falar ou gritar e quando isto ocorre está associado ao final do pesadelo.É comum a pessoa lembrar do pesadelo no dia seguinte e dependendo da emoção despertada, esta lembrança pode persistir por semanas ou meses.

É importante diferenciar o pesadelo do terror noturno e do ataque de pânico.

CARACTERÍSTICASPESADELOTERROR NOTURNOPÂNICO
Suor, taquicardia, falta de arLevesIntensosIntensos
Lembranças da criseLembra claramenteNão se lembraLembra claramente
Horário que apareceNo final da noiteNo início do sonoNo início do sono
Consciência logo após a criseClaraConfusão mentalClara
Risco de se ferirInexistenteRisco pequenoRisco aumentado

Os pesadelos crônicos, que se repetem com freqüência, são comuns na Síndrome do Estresse pós-traumático (quando a pessoa passa por situações muito traumatizantes como estupro, assalto, tentativa de assassinato, etc) e na Apnéia Obstrutiva do Sono (pára de respirar durante o sono, por bloqueios na passagem do ar).Os pesadelos podem ocorrer também na interrupção de determinados medicamentos, na abstinência do álcool, cigarros ou outros tipos de drogas.

TRATAMENTO

Os pesadelos esporádicos nas crianças, normalmente não exigem tratamento. Basta os pais fornecerem apoio e compreensão para o medo e a insegurança da criança. Se logo após o pesadelo a criança sentir necessidade de falar sobre ele, os pais devem ter paciência e escuta-la. Nos adultos também não costuma haver necessidade de tratamento.Se os pesadelos se tornarem freqüentes, há necessidade de apoio psicológico e medicamentoso.

É um distúrbio do sono, classificada como parassônia. Consiste na pessoa urinar na cama durante o sono. Em crianças abaixo dos 4 anos, é considerado um fato normal e não um distúrbio. Ocorre em 10% das crianças, sendo muito mais comum nos meninos do que nas meninas.É mais freqüente em pessoas que : tem alguma dificuldade em conseguir adormecer, depois que adormecem tem o sono mais pesado do que o normal e geralmente tem dificuldades em se lembrar de sonhos.

CAUSAS:

– Diminuição da produção de um hormônio chamado antidiurético

– Diminuição da eficiência do músculo detrusor (músculo da bexiga responsável por reter a urina)

– Contrações anormais da bexiga urinária (que normalmente só acontece quando está cheia)

– Neurológicas : crise convulsiva noturna, tumores de bexiga, demências, diminuição da oxigenação cerebral por apnéia do sono.

– Alterações anatômicas : lesões ou alterações genéticas da bexiga, ureter ou da uretra

– Psicológicas : nascimento de um irmão, entrada no jardim de infância, etc.

DIAGNÓSTICO:

– É necessário um bom exame com o pediatra ou com o urologista no caso das crianças e adolescentes

– Nos adultos o exame deve ser feito por um psiquiatra ou um neurologista

– Polissonografia (exame feito numa clínica de sono, durante toda a noite)

TRATAMENTO:

Importante descobrir a causa da enurese para depois tratá-la.

No tratamento geral, muita coisa é usada :
– Condicionamento de horário pelos pais
– Dispositivo de pequenas descargas elétricas no colchão quando começa a se molhar
– Alarmes sonoros no colchão
– Medicamentos : antidepressivos, simpaticolíticos (terodilina,butilamina), diclofenaco sódico,etc.
– Acupuntura

Também é importante olharmos as alterações psicológicas que a enurese pode estar causando na criança ou no adolescente afetado. Bater, recriminar, xingar, colocar de castigo, geralmente só pioram a situação. Com freqüência o enurético, dependendo da gravidade e da freqüência do problema, torna-se uma pessoa insegura, medrosa e envergonhada. A enurese pode ser um fator de impedimento na vida social da criança ou adolescente, impedindo que esta durma fora de casa, ou mesmo que receba amiguinhos para dormir em sua casa.

É um dos distúrbios do sono mais comuns na infância, ocorrendo em torno de 30% das crianças de 3 a 10 anos de idade. Diminui na adolescência, mas um pequeno grupo persiste com o transtorno até a idade adulta.

QUADRO CLÍNICO

É um distúrbio do sono profundo e ocorre geralmente nas primeiras horas de sono e dura de poucos segundos a vários minutos. O sonâmbulo senta na cama, ou se levanta, de olhos abertos, mas apesar de parecer acordado, está dormindo profundamente. Olha para as pessoas sem reconhece-las e geralmente responde às perguntas, com frases sem nenhum sentido. Pode andar pelo quarto ou sair para outros cômodos, descer escadas e abrir portas e janelas. Raramente apresenta comportamentos mais complexos como trocar as roupas, urinar ou escovar os dentes. Normalmente ele mantém um reconhecimento parcial do ambiente e por isto costuma evitar objetos em seu caminho ou fazer coisas perigosas. Se os familiares tentarem acorda-lo, poderão conseguir mas com muita dificuldade. Adultos sonambúlicos tendem a apresentar movimentos mais bruscos e violentos, chegando a bater contra portas e janelas e a se ferir ; se os familiares tentarem contê-lo, poderão reagir com violência, tentando escapar. Quando é acordado, geralmente não se recorda de estar sonhando. Na manhã seguinte não costuma ter nenhuma lembrança do evento, ou se lembra muito vagamente de alguma coisa.
A polissonografia (exame feito durante o sono) é importante no adulto, para fazer a diferenciação entre o sonambulismo e o distúrbio comportamental do sono REM, pois o tratamento é diferente para cada caso.

CAUSAS

A causa do sonambulismo ainda é desconhecida. O transtorno surge com mais freqüência em famílias que tem muita necessidade de sono. Acontece mais em situações de privação de sono e de fadiga intensa. Geralmente as crianças sonambúlicas não apresentam maiores problemas emocionais o que ocorre nos adultos.

TRATAMENTO

Sempre existe o risco da pessoa em crise de sonambulismo se machucar, tropeçando, caindo de uma escada ou de uma janela. Desta forma é necessário cuidado dos familiares e do próprio paciente, tomando condutas simples a fim de evitar acidentes. Dentre estas, evitar deixar janelas abertas, trancar as portas e tirar as chaves e retirar objetos pontiagudos ou quebráveis de dentro do quarto. O sonâmbulo também deve evitar dormir na parte de cima do beliche. A pessoa com este transtorno, deve manter horários regulares para dormir e acordar e fazer uma higiene do sono adequada. Aconselha-se aos familiares não ficarem forçando o sonâmbulo a despertar durante o evento. Basta ficar ao seu lado, até o episódio terminar espontaneamente e reconduzi-lo de volta ao leito. As crianças com sonambulismo deixam de apresenta-lo espontaneamente, sem necessidade de tratamento. Avaliação psicológica e uso de medicamentos só são necessárias em casos de episódios muito intensos e freqüentes. As pessoas que passam a ter crises de sonambulismo à partir dos 20 anos de idade, devem ser examinadas por um médico especialista e devem fazer uma polissonografia numa clínica de sono. Os medicamentos benzodiazepínicos costumam ser eficazes no transtorno, porque diminuem as fases profundas do sono.

É caracterizada por uma sensação desagradável, mal definida, localizada profundamente nas pernas. É acompanhada de uma necessidade de ficar mexendo as pernas, o que traz um alívio transitório do desconforto. Pode ocorrer a qualquer momento, mas costuma ser mais intensa ou só estar presente durante o repouso, em posição sentada ou deitada. Costuma ser particularmente incômoda quando a pessoa se deita para dormir. Algumas pessoas só conseguem alívio se ficarem esfregando uma perna na outra, outras tem que ficar caminhando e outras batendo nas pernas, até que a sensação desagradável abrande o suficiente para elas conseguirem dormir.

Indivíduos severamente afetados, podem ter muita dificuldade em conseguir ficar assentados assistindo a um filme, a uma aula ou a uma reunião social. Este distúrbio costuma dificultar o início do sono e pode provocar vários despertares durante a noite.

2 a 5% da população podem ser afetadas e existe um fator hereditário importante. Quando existem muitos casos na família, o quadro tende a ser mais grave e iniciar logo na infância. A evolução costuma ser crônica e costuma ir piorando com o aumento da idade. A pessoa pode se adaptar ao problema e só procurar ajuda médica após o casamento, devido ao incômodo causado ao cônjuge. Em relação ao sono, a síndrome das pernas inquietas costuma então provocar insônia e sonolência excessiva durante o dia (porque não consegue dormir bem à noite).

CAUSAS

A origem deste distúrbio ainda é desconhecida, mas pode estar associado a diversos outros problemas como: apnéia do sono, fibromialgia, doenças da medula espinhal, anemia, doença pulmonar crônica, distúrbios vasculares nos membros, neuropatia urêmica, polineuropatia periférica, uso de medicamentos neurolépticos, etc.

DIAGNÓSTICO

Feito pela história clínica e pela polissonografia (exame feito durante o sono, numa clínica de sono).

TRATAMENTO

Deve ser iniciado somente depois de estabelecida a causa do distúrbio.

No tratamento geral, recomenda-se diminuir a ingestão de cafeína (café, chá mate, chá preto, coca cola, guaraná e chocolate), fazer atividades físicas diárias, manter hábitos regulares de sono e uso de Clonazepam ou Antiparkinsonianos

É um distúrbio que ocorre durante o sono profundo, acontece em qualquer idade, mas é mais freqüente em crianças (1 a 5%).

QUADRO CLÍNICO

A pessoa está dormindo tranqüilamente, quando de repente se senta, ou se levanta gritando desesperadamente, com o rosto expressando verdadeiro terror. Grita por socorro ou grita estar vendo animais ou estranhos em seu quarto. Apesar de estar com os olhos abertos, a pessoa está dormindo profundamente e só acorda se for estimulada muito fortemente . Se despertar neste momento, vai ficar confusa com as pessoas à sua volta e não vai se lembrar de nada. O terror acontece geralmente no primeiro terço da noite e a pessoa pode apresentar suor intenso, respiração ofegante e coração disparado. A crise dura segundos, mas pode chegar até a 30 ou 40 minutos. Termina espontaneamente e a pessoa de repente volta a dormir como se nada tivesse acontecido. Nas crianças as crises costumam ser muito menos intensas e mais rápidas do que nos adolescentes e nos adultos. Geralmente na manhã seguinte a pessoa não se lembra do ocorrido.

CAUSAS 

Nas crianças não há uma causa específica. Podem ocorrer relacionados a uma fase familiar ou escolar difícil, mas de modo geral estas crianças não apresentam distúrbios psicológicos que justifiquem as crises. Podem acontecer algumas poucas crises, ou ocorrerem com uma certa freqüência durante 2 a 4 anos e desaparecerem espontaneamente. Vários estudos feitos não conseguiram ainda identificar motivos precipitantes nesta faixa etária. Nas pessoas que começam a ter crises à partir dos 20 anos, na maioria das vezes se consegue detectar alterações emocionais ou as crises podem ser provocadas por febre, estresse emocional ou por débito de sono (dormir menos horas do que necessita). Abuso de álcool , drogas e alguns medicamentos (tricíclicos,tranqüilizantes e antiarrítmicos)também podem desencadear crises. Nos idosos as causas mais freqüentes de terror noturno são as doenças febris, mas também podem ser ocasionadas por dificuldades respiratórias durante o sono, como a apnéia do sono, a asma e o enfizema pulmonar.

TRATAMENTO 

O terror noturno na infância costuma cessar espontaneamente, sem necessidade de tratamento. Na crise, basta os pais ficarem ao lado da criança, abraçados a ela, falando baixinho que vai passar, para ela voltar a dormir. Normalmente não há necessidade de tentar despertá-la, a não ser que a crise esteja muito intensa. No caso de crises muito freqüentes e intensas, medicamentos como o Clonazepam e a Imipramina, por algumas semanas, podem ajudar. Nos adultos, tratar as causas desencadeantes que forem identificadas (álcool, drogas,etc.). O uso de antidepressivos e de psicoterapia, costuma dar bons resultados. Procurar dormir sempre a quantidade de sono necessária ( em média de 7 a 9 horas ) .

Apnéia é uma doença que se caracteriza por paradas da respiração durante o sono.  Estas paradas se devem a obstruções no nariz e na garganta, impedindo que o ar respirado chegue até aos pulmões.  Acontece em crianças e adolescentes, mas é mais comum entre os 40 e os 60 anos. É 10 vezes mais freqüente no homem do que na mulher, mas depois da menopausa a incidência é a mesma em ambos os sexos. É uma doença que atinge em torno de 10% das pessoas.É mais comum em homens gordos e de pescoço curto e grosso, nas pessoas que tem língua grande e o queixo pra dentro e nos que tem amígdalas aumentadas e problemas no nariz, tipo desvio de septo, rinite e adenóides. O que ocorre é que à medida que o sono vai se aprofundando e ocorrendo o relaxamento, o próprio peso das estruturas que formam o aparelho respiratório, vai obstruindo progressivamente a passagem do ar respirado. A pessoa vai tendo que aumentar progressivamente o esforço para fazer o ar passar pelos “tubos” até chegar aos pulmões. O esforço feito pelo tórax e pelo abdômen  chega a ser tão intenso que sob forte pressão, o ácido dentro do estômago sai e sobe pelo esôfago, podendo chegar à boca e ao nariz, provocando queimaduras. Estas queimaduras provocam inchações na parte interna do aparelho respiratório, provocando na noite seguinte, mais dificuldades ainda na respiração, agravando o quadro. 

COMO SABER SE TENHO APNÉIA OBSTRUTIVA DO SONO ?

São vários os sinais que podem fazer pensar nesta possibilidade :

1) O APNÊICO pára de respirar, todas as vezes que o sono se aprofunda e que ocorre um relaxamento maior.  Depois de alguns segundos ou minutos sem ar, ocorre um breve despertar, cessa o relaxamento e ele volta a respirar. De acordo com a gravidade do quadro, isto pode ocorrer centenas de vezes durante uma noite. A pessoa não vai conseguir dormir um sono reparador e vai acordar como se não tivesse dormido. É comum o apnêico ter muito sono durante o dia.

2)Ronco :  é causado pela vibração dos tecidos moles na passagem do ar na garganta e significa que está havendo em menor ou maior grau, uma obstrução à passagem do ar.  Uma série de roncos seguidos por um silêncio respiratório, terminando com uma expiração explosiva, às vezes com emissão de algum som e um despertar breve, é a descrição de uma crise clássica de apnéia.

3)Queimação ou azia de madrugada, ou pela manhã (devido ao refluxo do conteúdo do estômago, pelo esforço respiratório)

4)Apesar de nossa extraordinária capacidade adaptativa, com o tempo o apnêico pode passar a apresentar hipertensão arterial, arritmias cardíacas, insônia (por medo de dormir), dificuldades na memória, dificuldades na concentração, depressão, irritabilidade, diminuição importante do desejo sexual e da potência e dores de cabeça que aparecem na fronte, na parte da manhã.

5)Grande parte dos “derrames cerebrais”  e dos infartos cardíacos, que ocorrem de madrugada ou na parte da manhã,  se devem às apnéias do sono.

O diagnóstico e a gravidade da doença só podem ser avaliados, mediante um exame chamado POLISSONOGRAFIA que é feito num Laboratório ou Clínica de Sono.

O trabalho noturno é fruto da necessidade de produção e funcionamento contínuo de nossa sociedade. O turno de trabalho noturno de 8 ou 12 horas é aceito voluntariamente e ocorre em todo o mundo industrializado. Os distúrbios do sono mais freqüentemente produzidos por estas rotinas de trabalho são a insônia e a sonolência excessiva diurna. Além destes distúrbios, os trabalhadores em turnos, segundo DEMENT WC em Principles and practice of sleep medicine, apresentam maior risco para enfermidades cardiovasculares, gastrointestinais e infertilidade. O que ocorre é uma incapacidade maior ou menor, de acordo com as características individuais, de manter quantidade e qualidade adequadas de sono, após uma jornada de trabalho noturno. A sonolência excessiva e deficiência de atenção durante o trabalho e fora dele, implicam também riscos para a segurança do trabalhador e seu relacionamento sócio-familiar. A maior parte dos acidentes, nos quais o fator humano é considerado responsável, ocorre em horários de maior tendência a dormir. O surgimento da insônia ocorre por uma ruptura nos mecanismos de regulação do sono, alterados por diferentes horários de dormir e de alimentação, principalmente. O organismo tem mecanismos naturais de regulação do sono, como a luminosidade, a produção da Melatonina (hormônio do sono) e a produção do Cortisol e outros hormônios naturais, que se alteram quando são modificados os horários de dormir. Muitos estudos tem sido feito para tentar melhorar a adaptação do indivíduo ao esquema de horário noturno no trabalho. Existem trabalhadores que se adaptam e outros que nunca conseguem. Esses mecanismos de adaptação são complexos e dependem da interação de fatores individuais e de fatores ligados ao próprio trabalho. Dentre os fatores individuais que podem dificultar a adaptação estão: pessoas acima dos 50 anos, sobrecarga nas tarefas domésticas, distúrbios de sono, dificuldades na esfera de relacionamento afetivo-social, uso de drogas (tabagismo, álcool e drogas), distúrbios gastrointestinais (gastrite, hérnia de hiato, diarréias), diabetes, epilepsia e distúrbios cardiovasculares (hipertensão, insuficiência cardíaca, etc). Dentre as dificuldades ligadas ao próprio trabalho estão: o indivíduo não tem um tempo suficiente de descanso, rotações para trás (noite-tarde-manhã), rotações semanais e outras variantes de rotações de turnos, baixa remuneração, dificuldades com a chefia ou com os colegas, deficiência ou excesso de luminosidade, ruído, etc. É comum haver um débito crônico de sono nos trabalhadores noturnos, gerador de sonolência excessiva e diminuição da atenção durante o desempenho das tarefas. Os fatores sociais são tão importantes quanto os biológicos. Há que se levar em conta a estruturação da família, o relacionamento conjugal, os papéis na educação dos filhos e a interação social do casal. Sugestões para tentar melhorar a tolerância e a adaptação a esta modalidade de trabalho: – Correção de algum fator isolado que possa estar provocando a desadaptação – Procurar retardar o início dos períodos de sono, lentificando os períodos de rotação e seguindo uma direção manhã-tarde-noite – Utilizar horários de sono e vigília o mais regularmente possível – Possibilidade de cochilos rápidos em horários de maior sonolência – Uso de medicamentos de indução rápida do sono (quando não houver contra-indicações), nas mudanças bruscas da rotina de trabalho. – Emprego da luz para diminuir a sonolência e sua ausência para aumentar o sono – Ambientes com temperaturas adequadas às necessidades de sono: sua queda aumenta o sono e seu aumento diminui o sono – Uso da cafeína (quando não houver contra-indicação) como estimulante: café, chocolates, refrigerantes, chá mate, etc. – Medidas gerais: alimentação adequada, observar níveis de ruídos, prática de atividades físicas regulares, etc. Como se pode verificar, são muitos os fatores que podem dificultar ou facilitar a adaptação do indivíduo ao trabalho em turnos.

É ao mesmo tempo “anti-natural” e necessário. As siderúrgicas não podem parar, os médicos e enfermeiros têm que estar nos plantões de madrugada, os motoristas tem que oferecer viagens noturnas, o policial tem que cuidar da segurança noturna da população, as companhias de fornecimento de eletricidade e de água tem que estar se revezando em constante vigília, os trabalhadores de casas noturnas, restaurantes, etc. e vários outros profissionais ficam acordados na hora em que naturalmente deveriam estar dormindo. Em nome do progresso e do bem estar, alguns tem que pagar um preço que põe em risco a sua própria saúde. Cabe aos cientistas, aos sonólogos e enfim a todos nós, procurarmos sempre soluções voltadas ao bem viver, o que significa vigília e sono em quantidade e qualidade adequadas.

distimia

É o “ mal humorado “ . DISTIMIA é uma depressão leve que acompanha o indivíduo, durante dois anos ou mais, sem nenhum período de alívio.

É uma doença que afeta crianças, adolescentes e adultos, de ambos os sexos. As características básicas são :

– Baixo astral constante.

– Auto estima baixa e auto crítica elevada.

– Não se envolve socialmente em nada. Não gosta de bailes, de diversão e lazer de espécie nenhuma. Acha tudo “ bobeira “.

– São pessoas que perdem mais dias de escola e de trabalho, que os normais.

– Tem tendência à fazerem mais exames de laboratório e são mais preocupados com a saúde do que a média da população.

-Tem tendência a terem infecções de repetição.(gripes e dores de garganta frequentes)

– Geralmente são desanimados e tem o sono e o apetite alterados.

– Cansam à toa e não conseguem se concentrar direito.

É importante um bom exame clínico, pois pode haver por trás de uma distimia, uma outra doença orgânica, tipo anemia, diabetes, câncer, hipotireoidismo, etc. Se não tratada, a DISTIMIA pode durar a vida toda e o indivíduo passar a vida reclamando, ao invés de aproveitando. O tratamento consiste no uso de doses maiores de anti depressivos, por tempo prolongado (2 anos) e quando necessário apoio psicoterápico.

depressão

Da mesma forma que sabemos que DIABETES (excesso de açúcar), GOTA (excesso de ácido úrico) e ANEMIA (falta de ferro), dentre outras, são doenças com alterações bioquímicas no organismo, na DEPRESSÃO ocorre uma diminuição dos neurotransmissores cerebrais (entre eles a serotonina e a nora- adrenalina) podendo causar os seguintes sintomas :

  • Perda do prazer com as coisas que anteriormente gostava
  • Desânimo, cansaço fácil
  • Tristeza persistente e sensação de vazio no peito
  • Insônia ou sonolência excessiva.Diminuição ou aumento do apetite
  • Pessimismo exagerado, sempre com medo ou desejos de morte
  • Irritabilidade (sintoma mais comum nas crianças e adolescentes)
  • Memória e concentração deficitárias
  • Diminuição do desejo sexual
  • Dores de cabeça (tipo apertando ou queimando) e dores pelo corpo, principalmente quando forem acompanhadas de queimação ou dormência
  • Tonteiras ( “labirintite” )


Existe a tristeza normal, o baixo astral que são sentimentos normais, não necessitam tratamento, mas devem cessar quando cessam os motivos causadores. A DEPRESSÃO pode surgir após algum fato externo ou pode vir de dentro, é persistente e os sintomas podem durar meses ou anos. A pessoa pode “passar pela vida “ achando que seus problemas não tem solução, ou que é a personalidade dela que é assim mesmo, pra baixo, e nunca buscar tratamento, tendo uma qualidade de vida muito inferior à que teria sem a doença. O maior problema em relação à DEPRESSÃO, continua sendo o preconceito e a falta de informação.

15% dos deprimidos tentam suicídio e o mesmo tanto parte para as drogas e alcoolismo como formas desesperadas de alívio.

Segundo recente estudo da Organização Mundial de Saúde, a depressão já é a segunda maior causa de incapacitação, perdendo apenas para as doenças cárdio-vasculares.

É importante a consulta médica, porque a depressão pode estar sendo causada por alguma doença (câncer, hipotireoidismo,etc) ou até mesmo por medicamentos (anorexígenos, corticóides,etc..), sendo fundamental o diagnóstico correto.O tratamento é feito com antidepressivos e 85% dos deprimidos respondem bem aos medicamentos.

DEPRESSÃO NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA

DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA

DEPRESSÃO NO IDOSO

DEPRESSÃO E A SOCIEDADE

fobias

Chamada hoje de TRANSTORNO DE ANSIEDADE SOCIAL, é o 3º mais comum dos problemas psiquiátricos. (Em 1º está a depressão e em 2º o alcoolismo).

Com a facilidade que a informação tem hoje de chegar a todos os níveis sociais, com a queda do preconceito de que PSIQUIATRA é médico de doido e o bom resultado que os novos medicamentos tem proporcionado à população de um modo geral, é cada vez maior o número de pessoas que buscam ajuda para problemas que até há bem pouco tempo eram motivo de vergonha e de sentimentos de fraqueza.

O Transtorno de Ansiedade Social é um medo patológico (exagerado, doentio) que a pessoa tem de se expor, de ser foco das atenções ou de se comportar de forma embaraçosa e humilhante em público.

O mais comum é o medo de falar em público (30,2%), depois , falar com outras pessoas (13,7%), usar o banheiro fora de casa (6,6%) e comer ou beber em público (2,7%).

É um problema crônico, que pode durar toda a vida da pessoa e atinge cerca de 7% da população.

O paciente teme o julgamento e principalmente a imagem negativa que ele possa estar passando. Situações rotineiras da vida, como comer, beber, escrever, assinar, votar, usar o telefone, falar em público, fazer prova oral, falar com pessoas em posição de autoridade, entrevistas para empregos, etc.. são situações temidas pelo fóbico. Dificuldade de urinar em banheiro público, de participar de festas e reuniões, medo de conhecer pessoas ou de participar de brincadeiras , também são situações comuns, que fazem o mundo social do fóbico se reduzir drasticamente e com isto, suas chances de se dar melhor na vida, também ficam reduzidas..

Todas as situações citadas podem ocorrer normalmente com qualquer pessoa , em uma ou outra ocasião. É necessário um diagnóstico criterioso de pacientes com prejuízo funcional relevante que devem ser tratados. O médico deve ter o cuidado de não querer supernormalizar a população.

Se não tratados, além dos prejuízos gerais, os pacientes podem partir para o alcoolismo ou drogas, ou para os transtornos alimentares e sexuais (como o abuso da pornografia que se vê hoje pela Internet). É comum o fóbico ficar usando tranquilizantes por anos a fio, com apenas alívio, sem uma melhora real do medo.

O tratamento é feito com antidepressivos e em alguns casos também há necessidade do apoio da Terapia Cognitiva-comportamental.

pânico

Acesso de angústia tão intenso que dá ao sujeito a  impressão de estar morrendo ou de que vai perder o controle.

O chamado “TRANSTORNO DO PÂNICO”, é uma doença que pode ocorrer em qualquer idade e a qualquer momento, sem nenhum aviso prévio. É um alarme que dispara no organismo, sem nenhum perigo externo justificável. A pessoa tem a impressão de que algo muito perigoso está acontecendo dentro de si. É um quadro abrupto, uma crise aguda de intenso sofrimento.

Os sintomas mais comuns são : coração disparado, sensação de falta de ar, tonteira, dor no peito, suor frio, sensação de desmaio e medo – de morrer, de ficar louco, de fazer algo fora de controle, etc…A crise pode vir espaçada de meses, ou vir várias vezes no mesmo dia. Dura poucos minutos e com frequência melhora espontaneamente, antes do atendimento médico. É comum a pessoa associar a crise com algo que estava fazendo na hora e criar uma fobia. Se tem a crise num banco, não entra mais em bancos; se estava tomando coca-cola, passa a não tomar mais refrigerantes ; se acorda à noite com a crise, passa a ter insônia, por medo de dormir e passar mal. A pessoa passa a ter intenso medo de voltar a ter crise.

Pode desenvolver um quadro chamado de AGORAFOBIA, quando passa a ter medos variados : de tomar banho e de dormir sozinha, de chuva, de escuro, de viajar de ônibus, de elevador, etc.. Não se sabe ainda porque acontecem essas crises, mas sabemos que tem a ver com alterações nos neurotransmissores, pois a grande maioria dos pacientes melhora em pelo menos 85%, com o uso de antidepressivos.

esquizofrenia

É uma doença que desorganiza o pensamento, a percepção e o afeto. A pessoa perde o senso de individualidade e passa a ter a certeza de que os seus pensamentos e atos mais íntimos estão sendo compartilhados por outros e vice versa, passando então a ter delírios. É como se a pessoa perdesse a noção de limite, como se perdesse a “pele” do seu pensamento e se sentisse como que misturado aos outros, achando que sabe o que os outros pensam e achando que os outros sabem o que ela pensa.

Delírios são crenças ou pensamentos falsos, mas o paciente acredita neles e não se convence do contrário, mesmo diante de evidencias claras, mesmo que o tema seja bizarro e implausível. Alguns acham que estão sendo vigiados, ou perseguidos pela polícia ou pela máfia; outros acham que os vizinhos puseram câmaras escondidas para observá-los, ou que o telefone está grampeado, ou suspeitam que mensagens ameaçadoras estão sendo enviadas pela TV, rádio ou computador. Alucinações (que são percepções sem a presença do estímulo externo) auditivas são as mais comuns, quando o paciente escuta vozes que ficam geralmente fazendo comentários sobre o comportamento dele. Enfim a pessoa fica sem nexo, não dizendo “coisa com coisa”. O afeto passa a ficar empobrecido, dando a impressão de indiferença, ou de infantilidade; ou incongruente, que é quando a pessoa mostra-se alegre e risonha, numa situação muito triste e séria. Várias doenças podem simular a esquizofrenia e é necessário que o paciente seja examinado por um médico especialista (psiquiatra), para um diagnóstico correto, pois à partir daí é que o tratamento vai ser instituído.

A esquizofrenia não é uma doença psicológica. É uma doença do cérebro, com manifestações psíquicas. Sua causa ainda é desconhecida, mas sabe-se que fatores hereditários e ambientais contribuem para o seu aparecimento. A doença começa geralmente no fim da adolescência e início da vida adulta e pode vir de uma formaabrupta, quando a pessoa muda de uma vez, ficando agitada e falando as coisas sem sentido; ou pode vir de uma forma gradual, quando as modificações vão acontecendo lentamente, durante anos e a doença passa despercebida e a pessoa vai ficando cada vez mais isolada, desconfiada, pára os estudos, não trabalha, não se envolve nem afetiva e nem socialmente.

A esquizofrenia é uma doença que, se não tratada, piora progressivamente. Até há poucos anos, o destino do doente era passar o resto da vida num hospital psiquiátrico. Hoje os recursos melhoraram tanto, que nem se usa internar mais e com frequência o paciente, durante o tratamento, continua trabalhando e estudando normalmente.

transtorno bipolar

Chamado antigamente PMD – Psicose maníaco depressiva.

Doença curiosa. Misto de comicidade e tragédia.

A pessoa passa por 4 fases: depressão, euforia, mista e normalidade.

Na DEPRESSÃO sofre o paciente. Fica prostrado, sem ânimo, sem prazer com nada,  tristeza profunda e constante e na maioria das vezes, com forte vontade de morrer. Nesta  fase costuma ficar se lamentando do que fez e do que não fez nas outras fases. Tudo é motivo para ficar se culpando e se punindo.  O risco  de suicídio é grande – a pessoa precisa ser vigiada. É difícil convencê-la a se tratar, pois acha que não  tem solução para o seu caso.

Na EUFORIA (mania) é o oposto. Se sente grandioso, perfeito, capaz, mais inteligente, animado, tudo é fácil, não enxerga obstáculo em nada. Quer viver intensamente. Dormir é perda de tempo. Fica muito falante e com energia exagerada. Cheio de grandes projetos, faz dívidas, dá coisas para os outros. Ninguém consegue convencê-lo a se tratar, pois não se acha doente – nunca se sentiu tão bem ! Precisa ser vigiado para não fazer maus negócios.Nesta fase, sofre a família.No tratamento é fundamental fazer a pessoa dormir,mas deve-se evitar os tranquilizantes.

Na FASE MISTA o paciente tem ao mesmo tempo sintomas de agitação e de depressão. O humor fica mais oscilante e o risco de suicídio é maior. Os estabilizadores de humor são os medicamentos de escolha.

Na FASE DE NORMALIDADE, a pessoa acha que não vai ter mais crise e costuma parar o tratamento. A tendência é as crises ficarem vindo ciclicamente, em média a cada 6 meses, umas mais graves, outras mais brandas. É uma doença orgânica, relacionada aos neurotransmissores. É hereditária. O tratamento de escolha é o medicamentoso, que bem feito, pode manter a doença sob controle. O Carbonato de Lítio ainda é o remédio mais eficaz na prevenção de novas crises.

Na fase depressiva deve-se evitar o uso de antidepressivos e não se deve forçar o sono.Dormir muito pode deprimir.

transtorno-obsessivo-compulsivo

É uma doença crônica e debilitante, caracterizada por pensamentos não desejados , que invadem a mente da pessoa e ficam insistindo (obsessões), provocando comportamentos irracionais e repetitivos, que o paciente não consegue evitar (compulsões).

A doença atinge  igualmente os 2 sexos, podendo iniciar na infância ou na idade adulta. Atinge cerca de 3% da população.

Entre os sintomas mais frequentes estão : medo de ferir os outros, pensamentos obscenos ou blasfemos, preocupações com simetria, medo de ser responsável por eventos terríveis.Por exemplo:  minha mãe pode morrer, se eu engolir a comida antes de mastigá-la exatamente 20 vezes; lavagem excessiva das mãos e de todo o corpo (banhos que duram horas, cheios de rituais); medidas para prevenir contaminações; verificação excessiva de fechaduras e portas, rituais para transpor limiares (portas, riscas no chão, etc…). Também são frequentes os distúrbios no apetite (bulimia/anorexia), a compulsão ao jogo, compulsão à Internet, a mania de arrancar os cabelos (tricotilomania),etc…

A pessoa reconhece  que esses pensamentos e comportamentos são completamente anormais, mas não consegue vencê-los. Geralmente não comenta com os familiares ou amigos, com medo de ser considerada louca.

É importante observar se a criança está tendo algum comportamento estranho, repetitivo, se ela demora muito em tudo que vai fazer e da mesma forma o adulto, porque à medida que a doença vai agravando, a pessoa vai perdendo cada vez mais tempo nos rituais, que tendem a se tornar mais complexos, afetando cada vez mais a sua qualidade de vida.

Hoje existem medicamentos que diminuem, mantém sob controle ou até curam a doença, que tem as suas causas em alterações na química cerebral, entre eles estão a Clomipramina (Anafranil), Fluoxetina (Prozac) e a Paroxetina (Aropax), que já foram aprovados pela FDA (órgão fiscalizador de medicamentos, dos Estados Unidos).

O tratamento medicamentoso começa a fazer seu efeito benéfico, após 1 mês, mas pode durar anos e quando o resultado não é satisfatório.

A associação com a Terapia Cognitivo Comportamental é a que costuma dar os melhores resultados.